E eu estava esperando ansiosamente pela data de lançamento de Freud. Não houve uma questão de publicidade gigantesca sobre esta série, mas só por se tratar de Freud e ser uma série sobre ficção e terror eu já tinha deixado agendado a data para assistir. E não tenho o mínimo de arrependimento.

SÉRIE: Freud

NOME ORIGINAL:  Freud

NACIONALIDADE: Áustria/Alemanha

DURAÇÃO: 8 episódios / 1 temporada

ANO: 2020

GÊNERO: Suspense/ Terror/ Drama


Cidade de Viena, século XIX. Sigmund Freud é um jovem psicanalista que tem visto suas teorias revolucionárias enfrentarem uma forte oposição de seus colegas do meio. Mas as coisas começam a mudar quando ele se une a uma vidente e a um detetive de polícia para investigar um serial killer.
Já vou iniciar falando que sim, a série vai retratar o famoso pai da psicanálise de forma como ele lutava contra a tudo que muitas pessoas viam as questões que hoje são muito comuns, afinal, o método de hipnose que ele sugeria naquela época era visto como algo absurdo e que não funcionava. Nesta série não será visto a vida de Freud e a sua biografia, mas sim algumas partes dele, como ele trabalhava, lidava com os desafios e afins.

Então se você já vai pensando que vai conhecer Freud através de uma série, vai pelo caminho errado. O melhor de tudo é que Freud é retratado aqui como uma pessoa normal, aliás, como um judeu que nem todo mundo quer por perto e até mesmo como um fracassado e viciado em cocaína. Tinha métodos visíveis de quem não entendia dos tratamentos da época (que eram torturantes) e estava sempre indo contra a maré dos tratamentos convencionais.


No início nem Freud acreditava em seus próprios métodos e é muito bom ver como tudo vai crescendo conforme o próprio personagem vai explicando as questões da hipnose aos outros e a si em seus pensamentos. E é quando entra a parte dos outros personagens principais. Naquela época também era muito utilizado como meios de entretenimento, as sessões espíritas, e assim entra no cenário Fleur Salomé, que é sobrinha do Conde e da Condessa von Szápáry. 
E é onde tudo se inicia, já que é nesta seção que todos se conhecem e é onde Fleur tem suas primeiras "alucinações". 

Aos poucos um monte de assassinatos começam a acontecer e Freud está sempre tentando buscar uma solução através de Fleur e com a ajudar do inspetor Kiss, para tentar desvendar o motivo pelo qual os assassinatos acontecem e parece que todos estão influenciados por uma hipnose sem fim.


A série não é tão simples assim. Cada episódio mostra uma parte do tratamento de Sigmund Freud para tentar entender a mente humana e ele acaba se deparando até mesmo com magia negra. As cenas são fortes: tem muito sangue derramado, muitas cenas de sexo, muita nudez, mas principalmente muito enredo lógico.

O diretor da série, Marvin Kren, que também foi o roteirista, conseguiu criar um enredo tão perfeito que quando parece que um assassinato está resolvido, o mundo dá um salto e tudo volta para o normal novamente e tudo é jogado fora. E a maestria é que tudo é baseado em lógica de uma vingança de guerra, as dúvidas de Freud sobre a hipnose, o lado escuro dos personagens e a luta constante para trazer cada um para o lado certo da história.


Quem assistiu ao seriado Penny Dreadful, que também estava aqui na Netflix, onde contou com três temporadas, onde mostrava as histórias de personagens do século XIX, pode ver uma certa afinidade com o estilo desta. O mesmo estilo sombrio, o mesmo lado de suspense, sensual e sanguinário vai carregar as histórias ao longo dos episódios e os personagens são bastante parecidos. 

Claramente a alusão ao dois seriados não tem nenhuma característica contínua, somente são parecidos por se passarem na mesma época e por considerarem o mesmo estilo de narrativa. Vi algumas pessoas comentarem que acharam sombrio demais ou que não consideraram "elegante" colocarem a imagem de Sigmund Freud tão próxima de um mundo narrativo em que pessoas possam aderir à ideia de que hipnose possa parecer coisa de magia negra.

E é exatamente este o fato ideal da série ser um ótimo exemplo. Pois em certos momentos dá a entender que nossa mente é como uma casa e que não somos donos de todos os cômodos, pois temos nosso inconsciente e dele não temos a mínima ideia de como trabalhamos.


Se você não se interessa pela parte da teoria de Freud, vale então ressaltar que as atuações de Robert Finster como Freud, Ella Rumpf como Fleur Salomé e Georg Friedrich como Alfred Kiss são gigantes. Freud consegue transparecer calma, ansiedade e tantos sentimentos somente na maneira como movimenta as mãos ou trava o maxilar, por exemplo.

Poderia salientar diversas fases dos personagens, porém não poderia fazê-lo sem externar muitos spoilers, mas cada um tem uma magnitude que juntos conseguem levar algumas cenas a um impacto profundo. 

E o final da série consegue deixar realmente um final e uma abertura ao mesmo tempo. Eu estava receosa de que ficasse um ponto em aberto e sem explicação, mas realmente foi muito bem fechado e ainda com a possibilidade de continuação. Freud é uma excelente ideia de personagem, já que instiga as pessoas a olharem para dentro de si ou ao menos a tentarem entender certas partes do que lhes acontece. 

O incrível foi ver que na série ele se depara com os próprios medos e anseios de seu inconsciente e que ninguém está preparado para o resultado final. Mas eu quero mais, por favor, Netflix!


4 Comentários

  1. Tbm quero mais, pensei que já tinha data da 2 temporada.

    Mas pelo visto não tá prevista.

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    1. Ainda não, pois como o lançamento da série vai indo aos poucos nos países, eles esperam para ver como será a aceitação!

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  2. Olá Greice,

    Eu já assisti boa parte da série e estou gostando muito, certos pontos realmente são sombrios, mas faz parte do contexto, e concordo com você, as atuações estão excelentes.

    Beijos!


    https://devoradordeletras.blogspot.com/?m=1

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    1. Sim, tem partes bem sombrias, mas acho que criou um clima bem denso.

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