Autora: Lucy Diamond
Título Original: The Beach Café
Páginas: 336
Ano: 2019
Gênero: Romance 
Editora: Arqueiro
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Evie sempre foi a ovelha negra da família: sonhadora e impulsiva, o oposto das irmãs mais velhas bem-sucedidas. Tentou fazer carreira como atriz, fotógrafa e cantora, mas nada deu muito certo. Às vezes, ao pular de um trabalho para outro, ela tem a sensação de que lhe falta um propósito.
Quando sua tia preferida morre em um acidente de carro, Evie recebe uma herança inesperada, um café na beira da praia na Cornualha. Empolgada com a oportunidade de mudar de vida, ela decide se mudar para lá, mas logo descobre que nem tudo são flores: os funcionários não são dos melhores e o local está caindo aos pedaços. Tudo bem diferente dos tempos em que passava as férias de verão com a tia.
Apesar das dificuldades, pela primeira vez Evie está determinada a ter sucesso. Ao lutar pelo café, ela busca secretamente dar um novo rumo à sua vida e, assim, pode acabar conquistando bem mais do que esperava no trabalho... e também no amor.
Evie Flynn era a irmã mais nova de uma prole de mais duas irmãs. Ruth e Louise, as outras irmãs pareciam saber como era fácil a vida em todos os gêneros, tanto social quanto emocional, porém Evie não achava que isto dava tão certo assim. Não conseguia parar em emprego algum e de qualquer forma não era feliz em nenhum deles. Não por sua competência, mas por seus chefes cruéis e colegas que só sabiam xingar e ofender. 

Seu namoro de longa data com Matthew até que ia bem, mesmo ele sendo bastante meticuloso e isto ainda era o que restava a ela. Ainda mais com o filho dele de sete anos, que era um doce de criança. Mas desde pequena Evie foi vista como a Ovelha Negra da família e não tinha o que fizesse para agradar, não tinha como dar certo.

"Estremecendo, corri para a entrada do café. A praia estava deserta depois do temporal, e o mar parecia furiosamente cinza, rebentando nas pedras com enormes chafarizes de espuma branca. Uma escadinha de madeira conduzia à área do deque na parte externa do café e, ao subi-la, a primeira coisa que vi foi uma embalagem velha de refrigerante caída no chão." Pág. 63

Quando era menor, ir passar as férias no litoral da Cornualha com sua tia Jo era o que ela mais gostava, ajudar no café Praia e aproveitar o sol. E então do nada ela recebe uma carta comunicando que a sua tia falecera, e que agora tinha um testamento para ela. Quanto tempo fazia que não ia lá ver a sua tia mesmo? Depois que as coisas começaram a se complicar as visitas se tornaram tão escassas e mais nisso ela tinha falhado...

E ao perceber que tinha recebido a casa de Jo, juntamente com o café, Evie decidiu que não poderia deixar passar esta oportunidade. Teria que ir imediatamente para a Cornualha verificar como estava tudo por lá. Poderia ficar indo e voltando de Oxford até as coisas se decidirem e quem sabe se seu namorado resolvesse se mudar ou ela pudesse vender o imóvel?

Ao chegar ao local Evie se deparou com uma cena mais do que chocante. Aquele café dava pena de olhar. Não havia nada nas prateleiras, ninguém para atender e o que antes era algo lindo e cheio de gente agora se transformou em um local fantasma. E ainda por cima se deparou com funcionários que não estavam nem aí para a nova proprietária.

Aquilo não podia ficar assim. Se sua tia confiava nela e se mais ninguém confiava, ela precisava mostrar a todo mundo quem era Evie Flynn e que lugar realmente era o Café praia.


O Café da Praia é mais uma obra da seção de romances de hoje da Editora Arqueiro. Eu fiquei bem feliz quando anunciaram um novo lançamento da autora e mais outros lançamentos para este gênero. O Café da Praia é um estilo de escrita que é um pouco mais denso e não é algo que consegui ler rapidamente, mas não por ser cansativo e sim porque a autora utiliza bastante cenário descritivo, que é o que gosto muito em tramas.

"Só parei quando a comida chegou - os cogumelos pretos e reluzentes, picantes e cheios de alho, as sardinhas prateadas no azeite, uma tigela grande de folhas crocantes de salada verde e uma cesta de pão. Eu já tinha bebido a minha cerveja inteira e notei o garçom erguendo as sobrancelhas. " Pág.107

Por se passar em uma praia da Cornualha já fico mais feliz, pois como leio muitos romances de época, já conheço vários lugares da Inglaterra e conhecer mais das partes litorâneas ajuda muito quando eu sou aquela viciada em saber sobre os locais em histórias não somente como um lugar normal, mas sobre os moradores, sobre como é a região e tudo o mais.

Claro que vai ter muitos personagens envolvidos na trama e envolve algo de muita amizade e respeito, que é prato principal da história, porém não poderia colocar toda a história no resumo que criei acima, pois a Lucy Diamond vai colocando aos poucos os personagens e quando me dei por mim já havia um vilarejo inteiro participando da história.

É algo bem encantador. Eu não consegui conectar o local em si, a casa com a parte da praia, ficava imaginando muita coisa e me perdi neste espaço, que é de costume meu mesmo, porém uma das capas escolhidas para publicação no exterior me fez entender como pode ser bem mais fácil do que eu imaginei como seria este café na beira da praia.

 


É uma obra para quem gosta de romances e histórias divertidas e cheias de amizades. Não tem nada de suspense ou algo que vá se ficar refletindo para entender o que acontece ou não. É leve, carinhoso e tem um roteiro completo. 

Só de fazer a resenha já fico pensando em comida, outra coisa que gosto nestes livros que falam sobre lugares de culinária é como eles gostam de falar de comida e como eu adoro ler sobre isto. E como amo muito mais o verão do que o inverno.


E quando um trailer chama a atenção e já prende só pelo tipo de história que quer passar, eu não podia deixar passar o que aquilo estava mostrando. E então me joguei em uma história que nem imaginava que aconteceu.

FILME: Lost Girls - Os Crimes de Long Island

NOME ORIGINAL:  Lost Girls - The Crimes Of Long Island

NACIONALIDADE: Estados Unidos

DURAÇÃO: 1 Hora e 35 minutos

ANO: 2020

GÊNERO: Drama


Desesperada para encontrar a filha desaparecida, uma mãe procura a verdade e ajuda a expor uma série de assassinatos não resolvidos. Baseado em uma história real.
Para iniciar a história, este filme é baseado em eventos totalmente reais, o que eu nem sequer fazia ideia. Também foi baseado no livro Lost Girl: An Unsolved American Mistery do autor Robert Kolker e aos poucos, assistindo ao filme tudo vai ficando muito claro.

Apesar de os crimes não terem acontecido há muito tempo, analisando a linha temporal, não tenho a lembrança de ter lido nada sobre isto e acredite, no filme vai ser explicitado todas as razões disto. A história vai contar sobre a mãe Mari Gilbert, que se vê de frente ao desaparecimento de sua filha mais velha, Shannon e indo em busca da verdade, já que a polícia não dá muita abertura para o caso dela.


Digamos que o relacionamento de Mari com as filhas não é dos melhores. É uma família que busca o entendimento, e que Shannon foi uma das filhas que basicamente não foi criada pela mãe e sim pelo Estado. Mas ao perceber que o desaparecimento da filha tem algo realmente sério, ela resolve ir atrás, mesmo com o julgamento das pessoas sobre ela ser uma profissional do sexo, e ter desaparecido logo após ter saído de um cliente em Long Island.

A verdade é que todos os acontecimentos são bastante conturbados e muitos acabam virando suspeitos. Mari é uma mulher lutadora, que vai atrás de tudo e que junta provas, já que parece que todos estão contra elas. A polícia só começa a dar um verdadeiro valor quando, do nada, um cão encontra mais corpos de outras profissionais do sexo na mesma área, que estavam desaparecidas há algum tempo.


É um conjunto de disparidades da polícia. São perdidas provas essenciais, não dão importância para provas importantes, liberam suspeitos e basicamente o que acontece é que eles querem é terminar com a investigação o mais rápido possível. Na época de 2010 a mídia acompanhou o caso, mesmo que a polícia tivesse feito a solicitação de que Mari não os alertasse, mas depois de não obter nenhum apoio ela precisou pedir ajuda.

O filme é altamente dolorido. Há contradições por todas as partes. Ver o relacionamento de Mari com as filhas também uma parte dolorida. Mari sente-se culpada pelos acontecimentos e ao mesmo tempo não é capaz de dar amor e carinho. Porém torna-se uma leoa quando a questão é defender sua prole.

O filme também mostra as outras mães que descobrem o corpo de suas filhas e a impotência que elas possuem perante tudo. É um crime que nunca conseguiu ser resolvido, um serial killer que nunca foi achado e mesmo assim ainda é procurado através das evidências.


O filme mostra cenas reais da época, repórteres cobrindo as matérias, a polícia procurando corpos. E mesmo assim parece que nada era bom o suficiente, pois eles não queriam fazer um trabalho que precisasse de muito gasto. 

A atuação da atriz Amy Ryan é maravilhosa e demonstra a dor de uma mãe que busca a filha de todas as formas. A hipocrisia de uma sociedade como aquela retratada em Long Island é aquela em que julga as garotas pela profissão e não pelo ser humano que são.


O final é totalmente dolorido. Até agora estou pensando em como deve ter sido aterrador esperar tanto, ter a falta do respaldo da polícia e acabar tendo um resultado tão duro. Talvez seja por isso que o filme é tão impactante. Fico me perguntando sobre vários pretextos tudo o que aconteceu, se foi por este ou aquele motivo, já que o filme mostra muitas situações que não posso citar aqui para não entregar o filme. 

Mas indico este filme como uma forma de análise por todas os lados. Familiar, ético e protetivo da polícia. Depois da descoberta exorbitante do final, o que nos resta realmente?

Se você já começou a fazer as compras ou ainda está selecionando algumas obras para a lista que não acaba nunca, vou deixar algumas dicas por aqui da Companhia das Letras. Tem vários lançamentos bem legais!

THE PLAY - BRIAR U
Elle Kennedy
Data de Lançamento: 31/03/2020
Editora: Paralela

O que eu aprendi depois de as distrações do ano passado terem custado ao meu time de hockey toda a temporada? Não ficar com mais ninguém. Como o novo capitão do time, eu precisei de uma nova filosofia: hockey e faculdade agora, mulheres depois. O que significa que eu, Hunter Davenport, estou oficialmente iniciando o celibato... não importa o quanto isso torne as coisas mais difíceis.
Mesmo assim, não há nada no livro de regras que me impeça de ser amigo das mulheres. E eu não vou mentir: minha nova amiga Demi Davis é uma garota legal. É inteligente e gostosa pra caramba, mas o fato de ela ter um namorado elimina a tentação de tocá-la. Exceto que, três meses depois de nos conhecermos, Demi está solteira e buscando carne fresca. E eu sou sua presa.
Evitá-la é impossível. Nós fomos colocados para trabalhar em dupla durante o ano todo num projeto da faculdade, mas estou confiante de que posso resistir a ela. Ficar com ela é uma péssima ideia, eu só preciso convencer o meu corpo – e o meu coração.



A DANÇA DOS DRAGÕES
As Crônicas de Gelo e Fogo
Geroge R.R. Marton
Data de lançamento: 25/03/2020
Editora: Suma

É outono em Westeros, e a Guerra dos Cinco Reis parece finalmente entrar na reta final. Stannis Baratheon se instala no Norte e jura conquistar o apoio dos senhores da região para continuar sua luta pelo trono, embora seja atrapalhado pela invasão de homens de ferro em grande parte da costa.
Na Muralha, Jon Snow é eleito o 998º Senhor Comandante da Patrulha da Noite, mas inimigos o cercam de todos os lados, tanto na Patrulha quanto para além da Muralha. Enquanto isso, Tyrion Lannister atravessa o Mar Estreito rumo a Pentos, sem objetivos definidos, sem aliados e cada vez mais sem opções.
Na Baía dos Escravos, Daenerys Targaryen conquista a cidade de Meereen e decide ficar e governá-la, praticando as habilidades de liderança que serão tão necessárias quando partir para Westeros. No entanto, sua presença já foi notada por muitos senhores nos Sete Reinos, e das Ilhas de Ferro e de Dorne, de Vilavelha e das Cidades Livres, emissários estão a caminho, querendo se unir à sua causa e, se possível, usá-la para os próprios fins.
Em todos os cantos conflitos ganham vida e traições vêm daqueles mais próximos. Guerreiros, selvagens, nobres e escravos - todos têm pela frente um longo inverno, enquanto destino, ambição e política ditam o ritmo da dança mais perigosa de todas.


O QUE ELA SUSSURRA
Noemi Jaffe
Data de Lançamento: 31/03/2020
Editora: Companhia das Letras

Neste romance envolvente e poético, Noemi Jaffe conta, com suas próprias palavras e invenções, a vida de Nadezhda Mandelstam. Vivendo sob a opressão stalinista, Nadezhda se casa com o poeta Óssip, que falecerá em um gulag na Sibéria como inimigo do regime. Contudo, para que os poemas que levaram o marido à desgraça não desapareçam, Nadezhda os memoriza e os sussurra sempre. Serão essas versões que chegarão à contemporaneidade.
Baseando-se nessa história real, Noemi Jaffe constrói um romance único sobre o poder do amor, as agruras da repressão e, sobretudo, sobre o desejo feminino e seu constante apagamento.



O GRANDE LIVRO DOS GATOS
Vários Autores
Data de Lançamento: 30/03/2020
Editora: Alfaguara

Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem, mas precisamos concordar que são os gatos os melhores amigos da literatura. Grandes escritores como Patricia Highsmith, Raymond Chandler e Haruki Murakami são conhecidos por seu amor e dedicação aos bichanos. Nesta coletânea, estão reunidos os contos mais clássicos sobre a relação dos felinos com a humanidade.
Desde Théodore de Banville, passando por Émile Zola, Charles Perrault, Honoré de Balzac, Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, Guy de Maupassant, Arthur Conan Doyle e muitos outros, os gatos são protagonistas dessas histórias cheias de mistério, reviravoltas e... sonecas. Bem ao estilo felino.
Contos presentes nessa coletânea:
O gato, Théodore de Banville
A gata persa da Tia Cynthia, Lucy Maud Montgomery
O paraíso dos gatos, Émile Zola
O gato de botas, Charles Perrault
Penas de amor de uma gata inglesa, Honoré de Balzac
O gato preto, Edgar Allan Poe
Os gatos de Ulthar, H. P. Lovecraft
Sobre os gatos, Guy de Maupassant
O gato, Mary E. Wilkins Freeman
O gato-brasileiro, Arthur Conan Doyle
A fase felina de Maurice, Edith Nesbit
Vida e opiniões filosóficas de um gato, Hippolyte Taine
O gato que caminhava só, Rudyard Kipling
Tobermory, Saki
Tom Vieiro, Mark Twain
Gato, Banjo Paterson
A gata branca, Edith Nesbit



Para maiores informações sobre outros lançamentos é só ir no site da Editora Companhia das Letras e conhecer todo o grupo!



E então falamos da tão aclamada obra da autora Jennifer Niver, que virou um best-seller e milhões de pessoas leram mundo afora e aqui no Brasil também virou febre. E logicamente a Netflix aproveita estes filmes mais adolescentes e leva para o seu serviço, fazendo gerar lucro.

FILME: Por Lugares Incríveis

NOME ORIGINAL:  All The Bright Places

NACIONALIDADE: Estados Unidos

DURAÇÃO: 1 Hora e 47 minutos

ANO: 2020

GÊNERO: Romance/Drama



Violet Markey (Elle Fanning) e Theodore Finch (Justice Smith) têm suas vidas transformadas para sempre quando se conhecem. Juntos, eles se apoiam para curar os estigmas emocionais e físicos que adquiriram no passado.


Já tenho que começar dizendo que o livro é muito, mas muito mais que o filme. É aquela coisa de que todo mundo diz que o livro é sempre melhor que o filme? Bom, eu sou honesta em dizer que muitas vezes o filme fica igual, outras piores e outras melhores. No caso de Por Lugares Incríveis foi um assassinato de enredo.

Quando se inicia um livro de uma forma e no filme já se começa de outra forma eu desconfio. A base de tudo já começa a ser modificada onde o ato central pode vir a tratar da interpretação total da trama, onde nos primeiros atos cria-se uma imagem dos personagens e é aí que os roteiristas e diretores pensaram que seria melhor rever já o início. Tum! Tiro no pé!



Se não formos levar isto em consideração já completo que o filme tem um tema forte. Filmes onde são tratados questões mentais, um tema muito a ser discutido na atualidade. Assim, é preciso ter explicação, ter sentido, ter uma sensação para que quem passe por isto se sinta compreendido e para quem não tenha conhecimento não reaja com preconceito. Mas ao encaminhar dos minutos vai sendo tudo engolido hora por uma tentativa de salvamento através de um romance ou por cortes de diálogos que não levam a nenhuma saída do que está acontecendo.

Os dois personagens passam por problemas mentais, depressão, luto, bipolaridade, ansiedade, tudo vem a ser tratado em uma esteira de corrida que dá vontade de chorar. No livro, o personagem de Theodore Finch passa o tempo todo buscando a melhor forma de cometer suicídio. Veja bem o sentimento pesado da história! No filme, Violet Markey também pensa no suicídio e desta forma eles se encontram e um tenta ajudar o outro, sendo que aparentemente somente Violet mostra seu lado depressivo, sendo que ela perdeu sua irmã em um acidente.



Theodore Finch é conhecido como a “Aberração” na escola e eu não consegui identificar muito o que seria a problemática dele na história, sendo que ele some por alguns dias pois precisa colocar os pensamentos em ordem. Para mim como espectadora não ficou claro o que acontecia com ele, porém sabe-se que ele sofre de certos traumas familiares e não consegue se abrir com ninguém.

Claro que, no que tange a história, sobre a amizade dos personagens, de Finch querer mostrar que tudo tem esperança para Violet, é sensível e as partes finais emocionam de verdade, mas faltou muita explicação. Parece que a obra em si é uma pessoa que quer fazer a outra conhecer lugares legais para ajudá-la a sair do luto, mas seria necessário bem mais tempo para concentrar a realidade da narrativa.


Apesar de a atriz ser a Elle Fanning, faltou interpretação. O tempo todo parecia uma boneca de pano parada, olhando para o nada. O intuito era o luto? Não conseguia despertar nem esta sensação. Olhar gélido, sem paixão, sem graça.

Logicamente estou escrevendo tudo isto pela perspectiva de alguém que já conhecia a leitura do livro. Para quem vai se jogar no filme sem nenhum conhecimento pode gostar da trama como algo mais simplório, com um final que arranca o coração e marca de verdade, pois tem uma mensagem bem interessante no final. Acho que esta era a ideia, afinal. Fazer chocar. E neste quesito o filme realmente consegue.


Fiquei rondando a Netflix neste feriado de Carnaval até descobrir alguma coisa que me interessasse, mesmo que minha lista de preferência já esteja lotada de filmes para colocar em dia. E então me deparei com um estilo de reality show que não imaginava que teria por ali.

FILME: Casamento às Cegas

NOME ORIGINAL:  Love Is Blind

NACIONALIDADE: Estados Unidos

DURAÇÃO: 60 minutos / 10 episódios

ANO: 2020

GÊNERO: Reality Show


Nick e Vanessa Lachey apresentam uma inusitada experiência social: homens e mulheres buscam o amor e ficam noivos antes de conhecer os parceiros cara a cara
De início a coisa parece bastante confusa. A ideia toda é de que homens e mulheres que estão solteiros e em busca de alguém para casar, fiquem em cabines e conversem com outras pessoas tentando assim criar algum tipo de vínculo emocional, sem poder citar nada em relação ao corpo, atributos físicos, para que cada um possa conhecer a outra livre de qualquer tipo de preconceito.

Não podem se ver de nenhuma forma e vão conversar com diversas pessoas por diversas vezes até conseguirem começar a criar laços com algum e perceber que é com esta pessoa que algum deles se ligou afetivamente e então eles acabam se pedindo em casamento. Isso mesmo, antes de se verem, há um pedido de casamento. Louco? Totalmente. Por isso que a experiência é para provar se o amor é realmente cego.




Não há como negar que a experiência é totalmente interessante. Conhecer alguém sem ficar focando na aparência física é algo que muitas pessoas desejam. Os primeiros capítulos focam basicamente nestes encontram e então começamos a identificar a personalidade dos principais participantes.

Eu me emocionei bastante, talvez por ter uma perspectiva mais feminina do acontecimento, mas depois que os casais acabam se unindo e um pedindo o outro em casamento, eles se encontram pessoalmente e então o segundo passo é ir para alguns dias como uma lua de mel no México e depois ter alguns dias morando junto como a vida normal, voltando ao trabalho, aos estudos, às redes sociais.

Se for falar com olhos de uma pessoa que teria se apaixonado facilmente, eu teria amado ter passado pela experiência, mas assistir tudo o que eles passam, todo o tempo sendo filmados, tentando fazer algo durar somente em um período de semanas para realmente decidir se dirão sim ou não no momento em que subirem ao altar é insano e emocionante ao mesmo tempo.




Há cenas de conflitos, de ciúmes, de descontrole de emocional, de pura paixão e de muitos traumas. Queria entrar na tela da TV várias vezes e encher tanta gente de tapa na cara que chega a ser engraçado. Mas como será que eu me comportaria recém conhecendo alguém?

Eu torci tanto por alguns casais. E depois acontecia algo e eu brigava mentalmente com eles. Eu tenho esta mania de achar que tudo o que parece bonito na TV pode ser lindo na vida real, porém a questão é que é um reality e milhares de horas gravadas não são mostradas e então pode tudo se misturar. Muitas vezes me questionava como alguém pode não ver o amor no outro e vice-versa? Mas a gente percebe isso quando acontece conosco?

É uma batalha interna e externa de sentimentalismo. Também queria abraçar todo mundo, chorei com eles, sorri. É como estar vivendo cada emoção em momento real. Porém o reality foi gravado em 2018 e somente agora foi ao ar. E acabou se tornando tão popular que ficou em primeiro lugar nos mais assistidos nos Estados Unidos e estava no sétimo lugar estava semana aqui no Brasil.

E então eu assisti o décimo episódio, onde eles vão até o altar e dizem o que realmente decidiram.
Passei a semana toda em que devorei a série em um êxtase e nervosismo esperando flores e corações e borboletas e bum! Um banho de água fria que quase me afogou. Logicamente eu analise as atitudes de todos e sabia que muito ia acontecer, mas tanta coisa eu não esperava e saí particularmente decepcionada.




Não decepcionada pelo reality, mas por tudo que me levou a sentir. Me apeguei aos participantes e acredito que era isso que a experiência queria gerar. Sigo os mais queridos nas redes sociais para ver como eles estão hoje e já quero uma continuação, uma segunda temporada e adoraria que acontecesse no Brasil. No próximo dia 05 de março vai ter uma reunião para mostrar tudo o que aconteceu depois das filmagens em 2018. E estou esperando para saber quem ficou com quem depois de tudo.

Indico para quem gosta de misturar emoção com surpresas, mas vá com a mente aberta, pois quando tudo parece estar tão certo, vira de cabeça para baixo. Afinal, amor às cegas parece nem sempre funcionar.