Autor: A. J. Finn 
Título Original: The Woman in The Window
Páginas: 352
Ano: 2018
Gênero: Policial
Editora: Editora Arqueiro


Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos.
Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir.
Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle?
Anna Fox é uma mulher que mora em uma grande mansão em Nova York. Uma casa de três andares que guarda grandes histórias. É pelas janelas desta casa que ela acompanha a vizinhança ao redor e sabe basicamente tudo sobre todos os seus vizinhos, tanto os novos quanto os mais velhos.

Através de sua câmera Nixon, ela consegue ver perfeitamente cada ângulo e descobre muitos segredos bons e ruins das pessoas. A verdade é que ela usa esta versão de olhar os vizinhos porque há mais de dez meses não consegue sair de casa devido a um grande trauma sofrido. 

Anna apesar de ser uma psicóloga que trabalha com crianças, agora sofre de Agorafobia, uma doença psicológica que não a permite colocar os pés fora de casa em nenhum momento e só de pensar em abrir uma janela de sua causa o pânico começa a subir e o ar de seus pulmões a deixar o seu corpo. A situação é tão grave que seu marido Ed e sua filha Olívia já não estão mais morando com ela para que a cura tente ser mais rápida.

"Viro a ampulheta sobre a mesa e fico observando como a pequena pirâmide de areia parece vibrar com a queda dos grãos. Faz tanto tempo... Quase um ano. Quase um ano que não saio de casa." Pág. 30
Agora Anna tem uma nova atração. Do outro lado do parque tem uma nova família chegando na casa de número 207. Uma família de Russel. Ao que tudo indica um casal com um adolescente. Pela pesquisa feita por Anna, Alistair e Jane Russel e um garoto chamado Ethan de apenas dezesseis anos.

O bom é que como Anna precisava de muita ajuda com tudo, tinha David como seu inquilino também. Ele ajudava com a retirada do lixo, com a organização do jardim e com as coisas que ela mais precisava. Comida e remédios vinham através de pedidos pelo telefone. 

Aos poucos recebeu a visita de Jane Russel, a mulher engraçada e querida que um dia passou com ela contando histórias sobre sua vida, de seu marido e de seu filho. Depois veio a conhecer o seu filho Ethan e como ele era um menino tímido e que parecia ter o medo nos olhos. Era Ethan que também a ajudava com muitas coisas em diversos momentos, mas parecia que tinha medo do pai e Anna queria descobrir o que era.


"Outro grito, desesperado e delirante, rasga o silêncio à minha volta. Vindo do outro lado do parque. Na casa dos Russels, as janelas da sala estão abertas, as cortinas irrequietas com o vento. "Um solzinho gostoso lá fora", dissera Bina." Pág. 99
E foi em um dia fatídico que ao olhar pela janela viu um assassinato. Bem ali, na frente de sua janela, na casa do outro lado. Mas como fazer todos acreditarem no que ela estava falando? Como fazer as pessoas crerem no que no dia seguinte parecia que nada havia acontecido? 

Esta foi a minha primeira leitura do que se pode considerar algo mais psicológico, o chamado terror psicológico. Este livro chegou como uma bomba no mercado da literatura e muita gente concordou que a história é um tanto assustadora, tanto que vai virar filme. Eu comecei a entender um pouco mais do contexto conforme as páginas iam passando e percebi que o medo é algo que a mente humana não tem como fugir.

 

A jogada do autor em relação ao psicológico não estava em achar que a personagem ao ver um crime acontecendo e depois todos percebendo que nada tinha acontecido seria o ápice. Não, na verdade o que mais gera medo na leitura do livro é nos momentos em que a personagem principal está frágil, sofre de uma questão de agorafobia crônica e não consegue de forma alguma sair de casa, fazendo com a sua própria casa se torne uma imensa prisão, mesmo que seja seu lugar de tranquilidade.

De início são apresentados os personagens e suas características e como cada um vai estar presente na história. A verdade é que nada nem ninguém é confiável. Nenhum lugar e nenhuma memória é o que realmente se apresenta e é desta forma que autor acaba enlouquecendo de certa forma também o leitor. É uma corrida ao redor de uma história cheia de trilhas soltas e daqui a alguns segundos está tudo tão enrolado que há medo em abrir os olhos e descobrir que a própria personagem inventou algo ou será que ela realmente viu aquilo?


"Sei o que vi. Uma mulher ensanguentada. Suplicando ajuda.
Essa história mal começou.
Bebo mais vinho." Pág. 169







Há momentos em que me senti um pouco parada na história. Achei que faltava ação, mas percebi que livros com cunho psicológico são assim mesmo. Quando o autor de repente resolve jogar alguns segredos em cima do leitor é como um turbilhão em que eu pensava como eu não consegui perceber aquilo antes, se estava bem ali na minha frente! Mas não, eu nem sequer cogitei a ideia.

E o final é como um tobogã gigante. Não queria ser a personagem em nenhum momento. Se com o livro já foi uma tormenta, ver a cena em um filme vai ser de chorar horrores. É tenso, é sádico, é animalesco. É como pensar que estar sozinha dentro de casa é tão perigoso que nem trancando as portas adianta para ficar em segurança.

Este é o que resulta de A Mulher na Janela ao final da leitura em você. É melhor nem tentar olhar pela janela agora.


5 Comentários

  1. Oiiii,

    A capa nacional é a mais bonita rs pelo ou menos na minha opinião. Infelizmente eu me impressiono e fico com as coisas na cabeça fácil de mais, então um terror psicológico não é o tipo de leitura que eu faça de livre e espontânea vontade kkkk Mas para quem gosta deste tipo de leitura parece ser realmente uma dica valiosa, porque o contexto em si me pareceu muito interessante.

    Beijinhos...
    http://www.paraisoliterario.com

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  2. Oi Greice!
    Eu já conhecia o livro, mas ainda não pude ler. Porém, vi muitos leitores que, como você, gostaram muito da história.
    Adoro suspenses psicológicos e como os autores desse gênero conseguem mexer com a nossa cabeça. Acho bem interessante esses tipos de enredos e espero poder ler logo.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/

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  3. Olá, amei conferir suas considerações sobre esse livro, eu estou doida pra ler ele e ver como ficarei mexida com essa trama onde nem dentro da própria casa a personagem está segura.

    petalasdeliberdade.blogspot.com

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  4. Oi Greice!
    Li esse livro assim que lançou e foi difícil largar principalmente por serem capítulos curtinhos e ficava naquela de só mais um capítulo, quando me dei conta já estava quase acabando. O autor foi muito feliz em saber esconder alguns pontos e a medida que vai revelando, vamos nos questionando se tudo o que a personagem via realmente estava acontecendo, principalmente quando aborda a questão familiar dela.
    Foi uma leitura incrível e estou bem curiosa quanto a adaptação cinematográfica.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  5. A capa desse livro é linda, ainda que a história não faça muito meu estilo. Prefiro aquela coisa de romance de época ou chick-lit mesmo... Mas mesmo assim, sua resenha está ótima! <3
    Beijos

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