Clipper é um estilo de hidroavião que ficou muito famoso no final da década de 30 pois fazia a travessia da América para a Europa e vice-versa no período de trinta horas direto. Logicamente quem utilizava este meio de transporte era somente pessoas que tinham um grande poder aquisitivo já que o preço da passagem era o mesmo que metade de uma casa naquela época ou então um carro luxuoso. O conforto era garantido, sendo que as poltronas viravam camas e as refeições eram dignas de notas altas, com uma tripulação formada especialmente para trabalhar em grandes rotas.

Em 1939 Hitler acabava de colocar a Alemanha em guerra e muitas pessoas estavam saindo de seus países. também outras muitas estavam entrando para lutar na batalha, sendo que era uma honra para pessoas proteger seu país. A Inglaterra também estava entrando na guerra e outros países já faziam o mesmo. Para fugir do caos, alguns precisavam escapar para a América, a fim de não serem capturados por nazistas ou serem perseguidos por serem nazistas.

No Clipper uma diversidade de pessoas com interesses diferentes estava para partir para a América naquele que seria um dos últimos voos. A família Oxenford precisava fugir de todo o caos, já que o Lord Oxenford sempre pregou que o nazismo deveria ser instalado na Inglaterra. Não podia levar nada de sua riqueza e estava indo embora sem absolutamente nada a não ser algumas joias raras escondidas entre os pertences familiares.

Dentre os passageiros também havia um renomado cientista judeu procurado por Hitler, uma artista famosa, uma princesa russa, dois policiais, um prisioneiro e diplomatas com suas mulheres. A verdade é que muita intriga havia se revelado entre pessoas durante o processo antes da viagem para o Clipper. Cada um tinha sua vida e ela foi transformada de alguma forma.

A principal vida no avião era a de Eddie Deakin, o engenheiro. Trabalhava com muito orgulho mas agora tinha recebido uma ligação com uma grande ameaça. Sua esposa havia sido sequestrada e sua vida somente seria poupada se ele seguisse instruções de uma passageiro do Clipper. Ele não poderia levar a aeronave até o destino final. Uma vida estava em suas mãos, ou melhor, duas já que sua mulher estava grávida. 

Os trupulantes e os passageiros dependiam de um engenheiro que sempre fez tudo certo para todos e que estava sendo ameaçado. Agora durante uma viagem de trinta horas ele vai precisar conhecer cada um e descobrir o que está acontecendo antes do destino final.


Autor: Ken Follett
Título Original: Night Over Water
ISBN: 9788580415636
Páginas: 432
Ano: 2016
Gênero:  Drama
Editora: Arqueiro







 

Sou viciada nas histórias que o Ken Follett cria? Sou, sim. mas lógico que sempre que faço uma resenha crítica analiso todos os pontos possíveis de uma obra, mesmo que o autor seja um dos meus favoritos. 

Ken Follett tem uma atitude que a autora Kristin Hannah também consegue como façanha: escrever livros de dois temas diferentes. Ele tem publicações de livros em que conta temas históricos sobre a Idade Média como Pilares da Terra e Mundo sem Fim e também livros em que retrata as guerras com a segunda guerra como principal, sendo que podemos ver isto em As Espiãs do Dia D, por exemplo. 

Vou dizer que Noite sobre as Águas é um livro que fica entre o processo sobre um pouco do início da segunda guerra, mas que teve o foco mais voltado para a área do suspense mesmo. Quando Ken Follett decide escrever sobre algum tema ele tem o dom de se aprofundar totalmente sobre aquilo e o que vemos nesta obra é um mergulho completo em um Clipper, que hoje já não existe mais, mas que foi completamente famoso em sua época.

Algumas pessoas que leram o livro relataram a dificuldade em torno da quantidade de personagens que o autor coloca na trama. Isto já é uma marca que o autor utiliza e não é uma dificuldade você se localizar na leitura. O legal é que sempre no início de cada livro quando há esta questão de muitos personagens, uma lista aparece para que você se situe na obra. No caso de Noite sobre as Águas um plano de todo o hidroavião com a posição em que cada passageiro senta e o nome deles é demonstrada e isso facilita muito o momento da leitura. 

Aos poucos os capítulos vão sendo entrelaçados entre cada personagem para que as histórias sejam contadas, mostrando como cada um foi parar naquele Clipper e o motivo de eles estarem na Europa e estarem voando para a América. O legal de tudo é que parece que todos estão interligados por um único motivo e ao mesmo tempo desprendidos como se nunca tivessem se visto ou falado antes.

Adoro como o Ken Follett narra toda a trama. Para quem gosta da parte de cenário vai surtar. Dá para saber como é exatamente toda a parte do hidroavião. Desde a parte externa até a parte mais minimalista. A cada capítulo o autor vai falando como são as partes essenciais, a parte dos passageiros, a decoração e a parte técnica e eu me senti sentada em uma das poltronas imaginando o meu destino.

Agora os parabéns estão para a parte final. Quando eu já imagina um final de uma forma há uma mudança que eu nem sequer esperava. E fiquei pasma por imaginar que o Ken Follett fosse escrever uma história desta forma, já que estou acostumada com outras formas dele. 

Tem romance, tem drama, tem adrenalina, tem coração palpitando, tem choro, tem tudo. Só não tem continuação e isso é o que mais lamento. Duvido você não se apegar a alguns passageiros deste voo e mais ainda querer matar mais alguns. Mas é um livro para ler com atenção para não perder nenhum momento que pode fazer falta na descoberta da história final.




15 Comentários

  1. Oi.
    Eu já tinha ficado interessada nesse livro, quando vi seu lançamento, mas acabei nem indo atrás, optei por outro. Lendo sua resenha tão empolgada, me arrependi um pouco. Tem tudo o que eu gosto, romance, adrenalina, drama, acho que vou gostar. E quero muito conhecer a escrita do autor. :)

    bj

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    1. OI Ane, eu sempre elogio o autor porque ele escreve bem e sempre inclui muita história, o que considero puro aprendizado!

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  2. Oi Greice,

    Tenho muita curiosidade em ler os livos do Ken. Um fator determinante para essa vontade é ele aborda bastantes temas históricos e gosto dessa tipo de narrativa, relacionada a uma enredo ficcional.

    Eu já li e amo os livro da Hannah então se você conseguiu ver características dela nele, na hora de construir narrativas, então acho que foi curtir muito.
    Acho que já posso começar por esse livro, já que sou bem curiosa pela segunda guerra.

    Bjs,
    Garotas de Papel

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    1. Simmmm! Ele tem as mesmas características. A diferença entre a Hannah e ele é que a Hannah consegue construir mais o drama e o Ken Follett se baseia mais em fatos históricos e os dois são o máximo!

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  3. Olá Greice, no momento não posso opinar sobre o livro, porque só estou conhecendo-o agora através da sua resenha. Quanto aos livros da Hannah, sou fã. Se a escrita do Follett tem alguma semelhança com a dela, vai me agradar com certeza.
    Seu post foi bem elaborado e informativo. Além da sua opinião que despertou a minha curiosidade para ler o livro, aprendi o que é Clipper.

    Bjos!

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  4. Oi Greici, confesso que nunca li nada do Ken Follett , mas tenho uma verdadeira queda por livros que misturam de tudo um pouco : drama , mistério, aventura. .. São incríveis, porque não te deixam entediada. A única coisa que não me animou , foi a quantidade de personagens. Porém, acho que vou dar uma chance para essa obra. Parabéns pela resenha. Beijos !
    Umparadoxoliterario.blogspot.com

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  5. Olá Greice,
    O Ken Follett, parece escrever com tanta maestria que até me sinto mal por não ter lido nada dele. Esse livro desperta muito minha curiosidade, pois se passa em um avião e adoro essa ideia. Acho que essa dificuldade de lidar com os personagens é uma questão presente em todos os livros dele.
    Sua resenha triplicou minha curiosidade, pois ele parece misturar tudo o que gosto.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  6. Olá!
    Acredita que nunca li nada do autor? Mas adoro livros que são ambientados na segunda guerra e esse me chamou muito a atenção. Gosto também de livros com vários personagens, então não acho que isso seria um problema para mim, ainda mais sabendo que no final as histórias se entrelaçam. Fiquei muito curiosa com o final da trama e já vou adicionar na minha lista para ler.
    Beijos.
    http://arsenaldeideiasblog.wordpress.com/

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  7. Oi Greice, tudo bem? Já ouvi falar tanto desse autor, e nunca dei uma chance a ele.... mas acho que agora encontrei o livro que vai me iniciá-lo a ele.... bom, achei a premissa de ser dentro de um avião fantástica, uma coisa meio titanic... hauahuahua.... parece ser um suspense muito bom, e depois da sua resenha, fiquei animada... anotado aqui na minha lista de leituras... bejos

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  8. Oi Greice, adorei o livro e a forma como o autor foi costurando a vida dos personagens. O ponto onde todos se encontram foi ótimo. fiquei surpresa com o final.
    Bjs!

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  9. Olá, Greice!
    Não conhecia o livro e a premissa não é o estilo que prende minha atenção e o fato do autor exagerar na quantidade de personagens na história me desanima um pouco porque costumo ficar confusa nesses casos durante a leitura. Acho que não lerei o livro.

    Beijos,

    Rafa [ blog - Fascinada por Histórias]

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  10. Oie

    É um livro com um enredo bem intenso. Eu não conhecia esse tipo de hidroavião, e inicio pensei que se tratava apenas de personagens ricas, mas vi que não. Quando vc citou que o engenheiro é o mais importante eu fiquei ainda mais interessada por essa leitura, até mesmo porque muitas pessoas elogiam a escrita do Ken. Obrigada pela dica.

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  11. Oi, tudo bem?
    Nunca li nada do Ken Follett (pois é kkk) e, tenho me interessado por suas obras recentemente, acho que essa será uma das minha primeiras dele!

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  12. Oi Greice,
    Sabe que ainda não li nada desse autor? Mas olha, fiquei muito interessada nessa história querendo saber qual vai ser a escolha desse engenheiro. Adoro livro com um suspense assim e adorei a sua resenha.
    Parabéns!

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