Vera Ray tem apenas 23 anos e agora precisa garantir seu emprego em uma época bastante difícil. Morando em um minúsculo apartamento que não está conseguindo pagar com seu emprego de faxineira em um hotel chique, o principal é poder garantir a segurança e alimentação de seu pequenino filho, Daniel, de três anos de idade. Vera não tem com quem deixar a criança durante seus turnos noturnos no hotel e seu coração quebra cada vez que precisa sair de casa e deixá-lo dormindo.

Claire Aldridge lembra de seu acidente como se o mesmo acontecera há um minuto. O som, o cheiro e a dor não somem nunca e sabe que precisa tentar seguir em frente. Seu marido já não está mais tão presente e mesmo que tenham uma vida completamente luxuosa, parece que o casamento não vai ter salvação. 

Sua vida no Herald como jornalista é bastante tranquila agora. Não é tão cobrada como antes já que todos sempre colocam o acidente como desculpa, mas Claire sabe que também não tem muita empolgação. O que acontecera naquela manhã do dia 2 de maio, aquela neve toda fora de hora poderia ser uma ótima reportagem, já que seu chefe estava cobrando algo. Seu marido era o dono do jornal mas isso não significava de modo algum que ela não deveria trabalhar.

Uma reportagem sobre uma nevasca fora de época? Para Claire isso soava totalmente sem graça. Mas como uma pitada do destino, descobriu o desparecimento de uma criança em uma nevasca no mesmo dia do ano de 1933 e parece que agora precisava esclarecer um crime.

Ao voltar para sua casa na manhã de seu trabalho, debaixo de uma nevasca terrível, Vera procurou seu filho por toda parte. O pequeno Daniel não se encontrava em parte alguma. Será que teria saído para procurar algo? Comida? Água? O desespero tomou conta de vera ao descobrir que no beco ao lado de sua casa em um monte de neve estava o urso de seu filho e que o menino havia desaparecido.

O que Vera Ray precisava fazer a partir de agora seria procurar todas as pessoas envolvidas e pedir ajuda à polícia. Mas ninguém queria acreditar que ela fosse inocente e que tinha um trabalho decente. Aos poucos, a vida pode estar sendo desperdiçada enquanto Daniel está perdido. E o que Claire pode fazer após a descoberta de tanto mistério ou ao menos ao descobrir uma pista?

Quando tudo se encaixar a vida de muitas pessoas pode mudar.




Autora: Sarah Jio
Título Original: BlackBerry Winter
ISBN: 9788581637211
Páginas: 336
Ano: 2015
Gênero: Ficção / Romance / Drama
Editora: Novo Conceito









Em primeiro lugar existe a necessidade de explicar o nome real do livro publicado lá no estrangeiro, o nome que foi dado pela autora que, como Blackberry Winter, quer dizer Primavera das Amoras-Pretas. A autora explica no final do livro que ela se baseou em uma música que ouviu, mas na verdade a questão da gíria utilizada é que se trata de um frio repentino que acontece no final de uma estação, ao qual o livro retrata como sendo a neve na primavera. 

Já tinha lido a obra anterior da Sarah Jio que a Novo Conceito lançou, as Violetas de Março e é uma obra maravilhosa. Como a mesma mora em Seattle, consegue utilizar de forma esplêndida o cenário ,que no primeiro livro foi uma ilha próxima e agora é a própria cidade.

Primeiro temos a visão de uma mãe solteira com seu pequenino filho em uma década bastante difícil, em que o país atravessa a crise pós-depressão dos anos 30. Já com esta premissa dá para imaginar momentos de tensão e drama e se já não faltasse bastante dificuldades normais da época, para uma mulher então, você já pode cotar com isso a emoção que se desencadeia.

Em segundo momento há o momento atual e uma jornalista que vive uma fase difícil com uma grande perda em sua vida. Para tentar enfrentar toda a sua dor ela precisa voltar a sua rotina e tem como matéria tentar encontrar algo lógico sobre aquela neve toda que caiu de repente.

De início eu fiquei um pouco preocupada com a narrativa. Esta metodologia de contar duas histórias ao mesmo tempo, sendo que uma está no passado e a outra no presente é algo bastante arriscado se, quem escreve não souber aproveitar o enredo, e assim acaba se tornando monótono ou perdendo a emoção. Lucinda Riley é uma autora que tem uma veia gloriosa para fazer esta união entre o tempo e Sarah Jio também me surpreendeu.

Aos poucos os personagens vão demonstrando suas dores, suas emoções, seu carisma e tudo pelo qual lutam. Fui me apegando a cada personagem. Em uma parte da história você um romance e em outra um drama e a surpresa está no grande mistério que ronda tudo isto já que aos poucos você vai perceber que tudo está se encaixando e não é somente um acaso qualquer.

Isto é que me causou lágrimas. O fato de Sarah Jio saber utilizar uma história para ao longo de diversas épocas demonstrar o quanto as lembranças e os desejos de entender tudo fazem com que o amor seja infinito. E então você entende todas as dores. A de Vera e a de Claire. 

São lágrimas de felicidade e de alívio. De uma história inspiradora e emocionante.










5 Comentários

  1. A princípio o livro não me chamou tanto a atenção, mas a sua resenha acabou por me convencer. Acho que leria a obra sem grandes problemas e talvez até me surpreenda e acabe gostando bastante.
    Eu acho bem interessante quando o livro conta duas histórias de pessoas em tempos diferentes.

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    1. É, depende muito do momento da leitura para agradar ou não.

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    2. É, depende muito do momento da leitura para agradar ou não.

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  2. Oi Greice!!!!!!
    Tô aqui LOUCA para ler este livro. A NC precisa publicar os outros livros da Sarah, as obras dela são lindas.
    A parte do título eu gostei porque a NC tomou cuidado em usar a história da gíria no título e ficou delicado.
    To doida para ler este livro, quero saber como Sarah se saiu em escrever duas história.. Já que Lucinda, é Lucinda ♥


    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  3. Oi Gre,
    Quando me disse que a história era boa assim, não duvidei nem por instante, agora é sentar e conferir tim tim por tim tim e me encantar tanto quanto você por essas páginas, mesmo que levem as lágrimas. Se ela te surpreendeu tanto quanto a Lucinda, com certeza vale cada minuto.

    Beijos Elis - http://amagiareal.blogspot.com.br/

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