Miss Isabelle vivia na época dos anos 30. Uma época em que as dificuldades eram enormes. A grande Depressão atingiu a muitas famílias derrubando valores e levando a miséria a todas as cidades e milhares de lares. Como se isto já não bastasse, a liberdade dada aos negros no século passado ao qual vivia transformou ainda mais seu país. Eles não eram bem vistos pela sociedade, principalmente em sua cidade Shalerville onde podiam trabalhar durante o dia, mas as placas eram muito diretas: Após o pôr do sol, os negros deviam ficar bem longe dali.

Aos 17 anos, Isabelle sonhava com um mundo melhor. Sonhava em cursar uma universidade e alcançar patamares mais altos do que um casamento e filhos. Seu pai era médico e sempre ensinava muito mais do que ela aprendia no colégio. Junto com ela aprendia Robert Prewitt, o filho da empregada e irmão de sua melhor amiga. A única diferença é que todos eles eram negros, o que levava a sempre terem que recorrer á regra da placa da cidade. Mas no fundo Isabelle sabia que sua mãe temia os negros e o preconceito girava ao seu redor.

Quando ao passar do tempo Isabelle tenta um ato de rebeldia e acaba entrando em uma enrascada, a pessoa que a salva é o Robert, seu amigo de infância e que agora desperta mais do que um apego, desperta o amor.  Mas o impossível é o que ela está sentindo, o casamento entre brancos e negros é proibido em seu Estado e seus pais jamais permitiriam tal fato.

Robert Prewitt é um rapaz forte e decidido, que estuda muito e trabalha com afinco para conseguir seus objetivos. Isabelle pode não saber, mas seu coração bate por ela cada vez mais a cada dia. Mas o preconceito racial o impede de ir em frente e enfrentar a sociedade. Até que um dia Isabelle descobre que o Estado vizinho ao seu permite que brancos e negros se casem e assim decide fugir para viver seu grande amor.

Tudo pode parecer perfeito nos primeiros dias. O casal vive sua glória e seus sonhos se realizam. Até que todo o pavor do preconceito se junta em uma só ação e as garras da violência faz com que Robert seja punido e Isabelle volte ao seu lar e viva numa prisão.

Agora com 90 anos, Isabelle vai precisar viajar com a ajuda de uma grande amiga, também negra, até o local dos acontecimentos para descobrir um segredo guardado por décadas. E é nesta viagem que todo sentimento que as amigas têm guardado no peito será exposto como um exemplo de vida. A dor e a felicidade andando lado a lado.


Autora: Julie Kibler
Título Original: Calling me Home
ISBN: 9788581635910
Páginas: 352
Ano: 2015
Gênero: Ficção / Drama
Editora: Novo Conceito







 


Quando a Novo Conceito mostrou seus lançamentos para o mês e eu vi o nome deste e a sinopse, me interessei na hora. A capa ainda não tinha sido divulgada, mas só pelo fato de que se passaria na década de 30 e que falaria sobre a questão racial foi relevante o suficiente para eu colocar o livro no topo de preferências de leitura. Sabia que ali haveria algo diferente dos livros que a editora costuma lançar e que não seria um livro mais juvenil. Acertei na mosca!

Em primeiro lugar vou comentar sobre a capa. Como ela é cruzada com uma faixa laranja e fica com duas fotos, posso dizer que a história é bem assim mesmo, temos a versão de Isabelle e Robert como um casal jovem e a parte da estrada em que Isabelle e sua amiga Dorrie viajam para voltar à cidade em que Isabelle morava. Tudo realmente se encaixa na história.

Quando comecei a leitura fiquei meio relapsa com o conteúdo. Pensei que ia ser monótona porque ia do passado ao presente e não me mostrava algo muito sólido que um drama pudesse resplandecer e focar em um enredo forte. Mas isto foi só no período inicial. Quando Isabelle começa a contar a sua verdadeira história, mergulhei com vontade em todas as verdades da época e comecei a me chocar em como tudo acontecia e mesmo torcendo para que tudo sempre fosse para o lado positivo, sabia que haveria a perseguição e o desprezo dos personagens já que sabemos que o racismo existe até nos dias de hoje, que dirá décadas atrás.

Se você assistiu ou leu  12 anos de escravidão vai entender um pouco do sentimento de raiva que estarei exprimindo agora. Mesmo sabendo sobre a questão de um povo livre, na verdade esta história parece que nunca libertou ninguém. Parece que sempre foram escravos de uma sociedade que os queria longe, que não permitia nada além de seus trabalhos árduos e isso me causou a dor que a personagem mostra ao longo de sua jornada. Eu senti a dor de seu coração despedaçado. Ela teve suas esperanças e foi corajosa, talvez mais do que pudesse ser.

A trama trata sobre racismo sim, mas trata também sobre a necessidade de amar, de criar a coragem para largar uma vida de luxo para viver ao lado de quem se gosta sem perder a esperança de um dia melhor.

As Cores do Entardecer leva ao leitor a magia do amor, a dor da incerteza, o medo da solidão e a coragem de lutar por um mundo melhor. Há uma certeza nas palavras da autora de que mesmo que o tempo passe as lembranças jamais se apagarão.

Um livro para confiar em pessoas, para crer na boa vontade do próximo e para desejar ser melhor. Jamais será a cor da pele que definirá o ser humano e sim o seu caráter e sua dignidade.

Perfeito!










6 Comentários

  1. Oi Gre,
    Bem depois de ler cada palavra, só posso dizer que estou ansiosa para mergulhar nessa história. E concordo com a sua conclusão, jamais a cor de pele definirá o ser humano.

    Gostei das capas das outras edições, principalmente a com fundo azul.

    Beijos Elis!!!

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    1. Oi Elis, tenho certeza de que tu não vai se arrepender! Tu bem sabe que eu ami o livro!

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  2. Confesso que já tinha me deparado com esse livro no mês do lançamento, mas sequer tinha parado para ler inteiramente e não tinha visto nenhuma sinopse dele. Adorei saber que se passa numa época bem diferente e que as emoções são mais carregadas.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de fevereiro. Você escolhe o livro que quer ganhar!

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    1. Pois é, muitas vezes diversos livros passam batidos né? Legal existir resenhas para a gente conhecer coisas novas! :)

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  3. Oi. Greice!
    Foi ótimo ter parado aqui para ler sua resenha. Eu não estava tão animado para ler este livro, mas agora preciso adiantar a leitura. Adoro boas histórias e que saibam ser bem aprofundadas.
    O tema e a premissa da história super me atraem e sua resenha me deixou mega curioso.
    Espero não me decepcionar.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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    1. Ai Leandro, eu sou muito suspeita para falar né. Mas amei a história. No início pode ser que fique um pouco lento, mas vai fundo!

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