Alessandra tinha apenas 15 anos quando precisou encarar uma grande tragédia. Não que esperasse que tudo se resolvesse em um piscar de olhos, mas quando ouviu de sua mãe que estava doente, perdeu-se em seus pensamentos e de repente o mundo parou. Descobrir que sua grande companheira, de apenas 38 anos estava com câncer, era como saber que o fim do mundo estava chegando.

E foi basicamente assim que viveu durante os dois anos seguintes: entre a dor e a luta. Sabia que sua mãe fazia de tudo para não demonstrar a dor que sentia para sua filha e sua mãe, avó de Alessandra. Mas o definhar de suas feições era notável e a despedida de Alessandra foi dura quando pega de surpresa um dia na escola. 

A partir deste momento decidira que se isolaria. Não queria mais abraços e as famosas palavras de lamentações de amigos e amigas que muitas vezes não passavam de lamúrias falsas. Não queria ter que dar explicações de como era ser pega sozinha e chorando a falta de sua mãe durante a noite.

Foi então que Alessandra decidira se juntar ao famoso Zero. Zero nada mais era do que Gabriel Righi, o "garoto problema" de sua classe, que não conversava com ninguém e que também não demonstrava nenhum tipo de simpatia. Simplesmente chegava e saia com seu habitual humor duro. Sabia-se que sua família era bastante problemática; sua mãe trabalhava muito e seu padrasto era bebia mais do que o permitido, o que fazia Zero nunca querer voltar para casa.

No dia em que Alessandra sentou-se ao lado de Zero, a classe inteira considerou que ela estava enlouquecendo pela morte de sua mãe. Sua melhor amiga Sônia tentou persuadi-la, porém sem nenhum ganho. Assim, Alessandra virou Zeta, a companheira de Zero.

Aos poucos, a habilidade de Alessandra foi ganhando pontos com Gabriel e um mundo de cores cinzentas foi surgindo para duas pessoas que não viam nada além do que a tristeza para seus futuros.

Alessandra tinha sua avó, mas a dor não era algo que podia ser compartilhada. Ambas sabiam o que havia sido perdido e a vida teria que tratar tudo de uma forma racional. Gabriel não via um futuro além do que um prédio em obras poderia oferecer e então, talvez juntos, os dois pudessem resolver as dores mais profundas e seus maiores medos.


Autora: Paola Predicatori
Título Original: Il Mio Inverno a Zerolandia
ISBN: 9788581052243
Páginas: 182
Ano: 2014
Gênero: Ficção / Romance
Editora: Suma de Letras











Não vou ser injusta ao dizer que para a escolha deste livro eu tenha escolhido-o inicialmente pela sinopse. Obviamente o livro me encantou pela capa. Sabe quando você olha uma capa e a sensação corporal acaba sendo levada junto? Foi o que aconteceu comigo. Li o livro no inverno da minha cidade que fica no Rio Grande do Sul e com os trechos passados em momentos mais rígidos, a sensação acaba te colocando mais perto ainda da narrativa.

A autora, por ser seu primeiro romance, parece ter acertado em alguns parâmetros. Ao menos o que indica na parcela de sentimentalismo e dramaticidade. A narrativa sobre a perda de sua mãe é bastante sutil em um ou dois capítulos, mas se estende pelos momentos e sentimentos da personagem principal ao longo do livro. A lembrança imperativa sobre momentos da infância e adolescência entre mãe e filha gera um conflito interno de dor que faz com que o leitor crie uma simpatia gigantesca pela adolescente pois a autora o faz com tanta veracidade e mágica que parece estar externando os próprios sentimentos.

A junção de um personagem masculino "rebelde" pode ter sido uma divisão de águas. Os capítulos se tornam um pouco mais movimentados mas a história acaba sendo maltratada com o famoso "Zero". Não que não fosse uma ótima ideia. Acredito que o sentido que a autora criou foi bem concedido, mas a trama estava tão naturalmente criada e sentida pela personagem que ter o Gabriel na história foi como ter um intruso em cena. É como se a história precisasse. de um balanço para fluir e não creio que seja verdade.

Também pode ter outra questão. Se a narrativa fosse feita somente entre as lamentações da personagem, talvez ficasse monótona demais. Assim, cruzando entre o realismo da dor e a rebeldia do garoto, dois mundos diferentes criaram uma certa vantagem. Nada dura para sempre e nada é eterno que não possa ser modificado.

Um livro esperançoso e bem escrito. Capítulos entrelaçados com a narração da personagem sobre sua mãe em que parece que está escrevendo em um diário e outros em que parece estar conversando consigo mesma. Parece que é um passado presente, por assim dizer.

Bonito, leve e descontraído. 








9 Comentários

  1. Oi Greice,

    hsahsuahsuahsua...porque rir sempre é bom....kkk....tá depois de eu me bobear aqui, deixa eu te dizer que essa capa não me chamou a atenção, nem a sinopse. No entanto acho que eu leria se por acaso ele estivesse de bobeira na minha estante.

    Porém deixo registrado que gostei mais da capa com o céu de fundo e a sombra de uma mulher. Esse eu teria comprado pela capa.

    Sua opinião me deixou em cima do muro, mas creio que curtiria a leitura. Tu sabe que quando ama a obra eu noto...shaushua...bjus elis!!!

    http://amagiareal.blogspot.com.br/

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  2. Oi Greice,
    Então eu não conhecia esse livro e fiquei bem interessada na sinopse dele como você, apesar de ficar com um pouco de medo da escrita se tornar um pouco cansativa por causa de todo o drama. Parece que a questão do garoto entrar na trama foi justamente para quebrar esse ritmo. Um livro interessante com certeza que levarei em consideração. Do mais queria te convidar a conferir o post super especial que fiz sobre o lançamento do meu livro Vingança Mortal lá no Leitura. Se puder dar uma olhadinha e comentar, agradeço muito.
    http://leiturakriativa.blogspot.com.br/2014/09/lancamento-do-meu-livro-vinganca-mortal.html
    Beijos

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  3. Já havia visto a capa deste livro quando participei em um sorteio, cujo premio era um exemplar, como não ganhei não dei importância ao livro, para falar a verdade, se quer me lembrava dele. Mas agora o conhecendo melhor através de sua resenha, confesso que gostei da ideia.
    Achei a premissa encantadora, mesmo que tudo tenha se iniciado com uma tragédia, e acredito que este livro tenha potencial.
    Não seria um livro que me ganharia pela capa, até por que quando li o título pela primeira vez, imaginei que zerolândia se referia ao frio do inverno e não há um adolescente apelidado de zero. (risos) Isso que dá participar de sorteio sem saber realmente do que se trata.

    Julielton Souza
    dialeticapropostial.blogspot.com.br

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  4. Oi Greice tudo bem?
    Já vi bastante blogueiros falando a respeito do livro e te confesso que achei a sinopse dele interessante. Li algumas resenhas e parece que ele é realmente um bom livro.
    Tenho que ler para saber se gosto mesmo.

    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  5. Ahhhh, eu não julgo você por ter escolhido este livro pela capa, é linda e eu faria o mesmo. E também gostei da premissa e saber que é bem escrito cria em mim boas expectativas. Ótima resenha!

    Lucas - Carpe Liber
    http://livrosecontos.blogspot.com.br/

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  6. Oi Greice! Eu comprei este livro mas ainda não li, adorei saber que não é apenas um drama, que a autora soube dosar sua narrativa com outros elementos e nos deu uma história completa em sentimentos. Espero gostar. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  7. Já tinha visto esse livro por aí, mas nunca li nada sobre.
    Parece ser triste e bonito ao mesmo tempo. Já gostei do Zero e acho a capa linda, tbm adorei o trecho que vc escolheu *-*
    Adorei a dica!
    Bjbj
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  8. Oi Greice!
    Já me emocionei só com a resenha. A história de Alessandra tem uma leve similaridade com a minha vida, exceto pelo desvio de comportamento. Mas fiquei muito curiosa com desenlace da história.
    Beijos!
    Márcia
    www.tesouroliterario.com

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  9. Oi Greice, tudo bem?
    Agora a maioria dos livros tratam dessa doença, já percebeu??? isso me assusta um pouco, pois comprova que ela está se tornando uma realidade para muita gente. E como superar algo assim??? Acho que não se supera. Então, adorei a opção da autora em colocar nosso personagem junto com Zero. Gosto de perceber que todos tem salvação.
    Quero ler esse livro sim, gostei muito da dupla Zeta e Zero. Sua resenha ficou ótima.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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